quarta-feira, dezembro 28, 2011

Quando uma mulher resolve...

Mais uma frase do lindo "O amor nos tempos do cólera", sobre o qual eu estou prometendo-me escrever para o Algaravias em breve. Em resumo, traduz a teoria do meu mais culto e elegante amigo de que quando a galinha quer dar pro pato ela aprende a nadar:  

"quando uma mulher resolve dormir com um homem não há barreira que não salte, nem fortaleza que não derrube, nem consideração moral nenhuma que não esteja disposta a varar lado a lado: não há Deus que valha"

terça-feira, dezembro 27, 2011

sábado, dezembro 24, 2011

2011

Não há nada mais clichê do que um post de fim de ano, com uma retrospectiva da vida. Pois bem, é bem isso que estou fazendo.

Esse foi um ano sofrido, de um crescimento enorme para mim. Renasci. Mas para isso foi preciso morrer umas tantas vezes, em muitos dias e noites perdida em pensamentos, lágrimas, sentimentos. Vivi um grande corte na carne, muito necessário...

Também teve a luta. Se você não viveu a experiência de uma greve de 40 dias, você ainda não viveu. Quando entrei na faculdade de Jornalismo eu achava que poderia colocar meu ofício a serviço da construção de um novo mundo. Todos os calouros de Jornalismo sempre pensam assim, mas arrisco dizer, sem romantismos, que sou uma das poucas que têm conseguido fazê-lo.

Esse ano eu fiquei só. Morando só e vivendo só. Quando mudei para o meu apartamento, pedi várias vezes para que o meu antigo namorado dormisse comigo e não me deixasse sozinha. Eu tinha medo sei lá do quê. Passei muitos dias em uma casa emprestada, com uma família emprestada e um amor emprestado. Depois fui ficando por aqui. Na metade do ano deixamos de nos ver e eu descobri que é muito mais confortável ter a cama só pra si, saber que no fim do dia é para a sua casa que você vai voltar e que as coisas estarão iguais a como você as deixou. É muito melhor gostar do que realmente é seu. E a única coisa que realmente é da gente – aprendi isso esse ano também – somos nós mesmos.

Reatei amizades. E as minhas amizades vêm de um lugar muito profundo do coração. Foram elas que me deram toda a força para sorrir nos dias em que eu pedia por favor me deixem chorar.

Conheci uma pessoa nova, de uma cidade distante, que mesmo sem saber segurou uma barra e me mostrou que aquilo que eu achava ser a melhor coisa do mundo, agora perdida para sempre, poderia ser encontrada em outros lugares de um jeito ainda melhor.

Não apresentei meu projeto de mestrado nem li tanto quanto gostaria, mas ouvi muita, muita música, e isso me consola um pouco.

Também não dancei tanto quanto eu queria, mas beijei bastante e isso também me consola.

Agora, 2011 está acabando e ele se vai com jeito de quem enterra de vez muitas histórias, mas deixa em aberto outras tantas, pra 2012 tomar conta.

E esse novo ano vai chegando cheio de expectativas e com gosto da torta de sonho de valsa que eu fiz para o Natal...

domingo, dezembro 18, 2011

Geni e o Zepelim

Aprendizados...

"Com ela aprendeu Florentino Ariza o que já padecera muitas vezes sem saber: pode-se estar apaixonado por várias pessoas ao mesmo tempo, por todas com a mesma dor, sem trair nenhuma. Solitário entre a multidão do cais, dissera a si mesmo com um toque de raiva: 'O coração tem mais quartos que uma pensão de putas.'"


(Gabriel Garcia Márquez ~ O amor nos tempos do cólera)

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Pode ser, pode ser...

Ela tinha a nítida sensação de que o tempo estava passando. E estava mesmo. Ás vezes, quando parava para pensar nisso – o que acontecia involuntariamente muitas vezes ao dia – sentia os meses deslizarem por entre os dedos, mas não havia nada que pudesse ser feito. Ela sabia que a vida dele ia por um caminho desconhecido, que seguia para um destino oposto ao seu. Quando pensava nisso, e fechava os olhos, e lembrava, não podia acreditar. Não cabia na compreensão. Era como se não houvesse a menor possibilidade de aquilo ter acontecido. Parecia óbvio que quando ela acordasse, no dia seguinte, ele a estaria olhando. 

Depois passa. Todo mundo que já viveu isso garante e ela acredita. Mas pode ser que volte à mente às vezes, durante uns meses, por muito tempo ou toda a vida. Pode ser que daqui a 20 anos ela acorde um dia e antes de abrir os olhos ainda tenha a sensação de que ele está ali. Pode ser.

sábado, dezembro 10, 2011

Apanhador só ~ Bem-me-leve



Só podia ser no Parque da Redenção, naquela cidade linda que é Porto Alegre e com aquele povo lindo que são os gaúchos...

terça-feira, dezembro 06, 2011

Tons de bege

Os dias têm sido muito parecidos. Uma vez uma atriz disse num filme que era preciso matar o tempo para ele não nos matar. Essa semana está um pouco isso. 

domingo, dezembro 04, 2011

O despertar

Há alguns dias vi uns olhares assustados, em rostos estampados com dúvidas clássicas. Pessoas simples, coagidas pelo mundo de cão. Mas elas queriam mudar. O simples fato de estarem lá onde estávamos representava um arrombo de coragem. A janela da vida delas ainda está fechada, não sabem a força que têm. Fomos lá para afastar a cortina e mostrar a elas. 

Parafraseando Caio

Palavras parafraseadas do Caio Fernando Abreu... Ainda me cabem (será que caberão pra sempre?). É sobre o ciúme de quando alguém te abraça, porque por um momento abraça o meu mundo inteiro. Não és nem nunca foste o meu mundo inteiro, mas chegaste perto, muito perto.

Passou, passou...

E lá se vão cinco dias em Saturno.

domingo, novembro 27, 2011

As mesmas músicas, em outros tempos...

As músicas nos falam diferentes coisas, em diferentes épocas da vida... Foi uma grande coincidência reouvir Oswaldo Montenegro hoje:

"Quero ser estrela lá no Rio de Janeiro
Namorando Madalena na beira do mar
Qualquer dia mãe, você vai ter uma surpresa

Vendo na TV meu peito quase arrebentar (...)
Eu tenho o coração vermelho e o que
Canto é o espelho do que se passa por lá
Lá no Rio de Janeiro" (Pra longe do Paranoá)

"Eu conheço o medo de ir embora
O futuro agarra a sua mão
Será que é o trem que passou
Ou passou quem fica na estação?" (Estrada Nova)

quarta-feira, novembro 23, 2011

terça-feira, novembro 22, 2011

Fim

Eu sempre achei que a morte fosse algo feio, mas acho que essa foi uma das maiores lições que a vida me deu. A morte tem cara de riso escondido e cheiro de flores frescas.

sexta-feira, novembro 18, 2011

Pela manhã

A cidade está caótica, tanto quanto ou mais do que nós
Pela manhã todos correm desesperados. Cheiram bem
Infinitos perfumes, anseios, desejos, destinos
Muito tempo para atravessar uma rua, mas um homem faz-me um gesto cavalheiro oferecendo a preferência no ônibus
Uma delicadeza honesta e respeitosa. Sorri em troca
Ali havia mais amor do que naquilo em que há pouco chamávamos amor
Do que tudo aquilo que agora é pó
Pó não, pó chega a ser romântico
Do que tudo aquilo que agora é uma irritante conta de telefone que não conseguimos desabilitar
O amor – ah o amor! – ele deve ser muito mais do que isso, não?
Por enquanto persistem esses inesperados sorrisos do dia-a-dia
Que vivem a nos salvar
Dessa vida que insistimos em destruir

quinta-feira, novembro 10, 2011

Novembro

"Se a barra pesar, vinhos, conhaques — tudo isso ajuda a atravessar novembro."

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, novembro 07, 2011

Uma dúvida:

Quem foi que disse que ele podia entrar, bagunçar o cabelo, a cama e o coração dela; depois ir embora num navio pra fazer a revolução e ainda mandá-la ficar quieta, porque ela bem que gosta?


Ah, foi ela.

Passarinho

Para o meu mais novo velho amigo...

domingo, novembro 06, 2011

Já na milésima primeira vez...

Essa de esfregar mil vezes na própria cara que estão te maltratando
já está te fazendo
sofrer...

Campanha

Eu apoio a luxúria.

Pronto.

Condenem-me.

O hospital


Tinha um cheiro de velho misturado com bosta. Um odor azedo e, ao fundo, todos os tipos de remédios. Isso tudo estava impregnado nas paredes. E eu que tenho mania de contaminação, não tinha para onde fugir. Estava presa por uma noite naquela grande massa de concreto branca cheia de massa humana azeda. Ali nada era alegria, nem tristeza, tudo lembrava resignação. Meu pensamento mais frequente naquelas horas foi de que seria melhor para eles morrerem de uma vez. Menos o menino do quarto ao lado. Só tinha a cama dele lá. Acho que a mãe o acompanhava, havia uma cadeira de rodas e um aparelho daqueles que medem os batimentos do coração. No início da noite faltou luz, já faltava há algumas horas. Os aparelhos de oxigênio de um quarto próximo berravam, era um barulho estridente, insuportável, avisavam que se não ganhassem energia, seria o fim. Gritaram por um longo período, até que a luz voltou. Minha avó desceu três vezes da cama sem força para voltar e arrancou o oxigênio outras duas. Pediu para que tirasse e colocasse o cobertor muitas vezes e para que coçasse suas costas. Enquanto isso, a velhinha ao lado levantava de tanto em tanto para fazer xixi e voltava com um copo de plástico cheio.“Para coletar”, contou. Eram muitos litros de urina, todos os litros de urina. Ela não devia perder nenhuma gota.
"Não era amor, era um filme pornô"


Enzo Potel, no maravilhoso livro Conto de facas que fizeram o favor de descobrir por mim.

domingo, outubro 30, 2011

Bichinhos


Recentemente tive problemas com bichinhos. A culpa não foi só deles, sabe? Devem ter sido as janelas, ou as deixei muito fechadas ou muito abertas. Andei sacundindo tudo, limpando o que era possível ser limpo. Então eles sumiram. Às vezes sei uma coisa ou outra deles, mas nunca mais os vi. Sobrou eu, toda machucada. Sempre fui assim meio sensível. Agora é esperar sarar e tomar mais cuidado daqui pra frente.

quinta-feira, outubro 20, 2011

João de Barro


O João de Barro se debateu a noite inteira. Lutava pela vida, preso em sua própria casa. Pela manhã tentei ajudar, mas terminei de matá-lo. Sinto-me um pouco mais só agora, pela manhã ele não vai mais me incomodar, minha casa ficou triste.

...

Ela está morrendo. Mais uma vida de merda que se vai. E eu fico aqui lembrando da imagem que tenho sobre a história dela, de tudo que ela contou, de tudo que contaram. Acho que ela nunca foi feliz e a culpa é toda do mundo. Eu não teria nascido sem todo o sofrimento dela. Ela lutou muitas vezes pela vida, mas um dia a vida cansa. Assim é a porra do mundo.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Bad Weather

Pra quem acha que em dia de chuva tudo é cinza...
Foto de Danny Santos em http://www.behance.net/dannysantos

Sobre a raiva

Quando eu penso muito tenho raiva
Mas a raiva não mata o sentimento, alimenta.

Vinicius

Vinicius embalou algo que agora é uma das minhas mais doces lembranças. 
Mas na certa você não lembra disso. 
Até quando eu vou lembrar?

sábado, outubro 08, 2011

Pare o mundo que eu quero descer

Ela anda se sentindo irritada com o mundo. Perguntando por aí se tem alguma forma de fugir dele, desembarcar no Universo para algum lugar mais evoluído. É muita prepotência, ela sabe, mas por aqui as coisas andam realmente tristes e é difícil lutar contra tantas evidências de que o mundo está realmente perdido. 

Porém, ela tem alguns camaradas e lê algumas coisas que salvam os dias. Ela queria que o planeta todo fosse assim. Na verdade, que fosse ainda melhor, mas nesse rumo.

Ela sente que está se formando uma cratera cada vez maior entre o que eles se tornaram e o resto da Terra - eles que há pouco eram tão crianças. No entanto, o desafio é justamente utilizar todo esse conhecimento para mudar as coisas...

Que acabou...

Daqui a pouco farão três dias em Saturno. Isso já não significa muito pra mim, mas eu não poderia desembarcar dessa história e perder a oportunidade de fazer tão bonita alusão.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Leviatã

“Mas porque, entre as muitas impressões que os nossos olhos, ouvidos e outros órgãos recebem dos corpos exteriores, só é sensível a impressão predominante, assim também, sendo a luz do sol predominante, não somos afetados pela ação das estrelas. E quando qualquer objeto é afastado dos nossos olhos, muito embora permaneça a impressão que fez em nós, outros objetos mais presentes sucedem-se e atuam em nós, e a imaginação do passado fica obscurecida e enfraquecida, tal como a voz de um homem no ruído diário...”

Um cara chamado Hobbes escreveu isso em um livro chamado Leviatã, em 1651, na cidade de Paris.

Tem alguma coisa dentro do ser humano que nunca muda...

terça-feira, outubro 04, 2011

Leminski


Mosaico de Cida Carvalho, paranaense residente no Distrito Federal

Manoel de Barros

"Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com os sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim: O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz. Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem. Perdoem-me os leitores desta entrada mas vou copiar de mim alguns desenhos verbais que fiz para este livro. Acho-os como os impossíveis verossímeis de nosso mestre Aristóteles. Dou quatro exemplos: 1) É nos loucos que grassam luarais; 2) Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades".

~ Manoel de Barros ~

Obrigada à amiga Jozi

Tudo bem

Escondido atrás dessa cara de brabo há uma criança
Que pede colo
Não é dado a falar
Mas quer que eu esteja lá
Eu não consigo compreender muito bem o seu mundo
Tudo bem, pois ele também não entende nada do meu
Compactuamos nas ideias e na juventude
Nenhum dos dois é muito fácil
Eu gosto de viver minha vida
Ele, eu ainda não sei
Só temos certeza das dúvidas
E da vontade, cada vez maior, de estar lado a lado

domingo, setembro 25, 2011

Pastel de camarão

Ontem eu lembrei que eu já nem me lembro mais.
Foi como um pedido que veio errado, mas ao fim estava gostoso.

Nossa vida, nossa infância

Onde estão as crianças que conhecíamos?
Elas ainda estão ali, você não vê? Sorriem, como se tudo fosse como antes.
E essa é a nosso maior lição.
Já dizia um homem revolucionário e bonito, que hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.
É preciso encarar a vida de frente, mas não nos esqueçamos de sorrir.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Simultaneidade

"- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!

- Você é louco?

- Não, sou poeta."

~ Mario Quintana ~ Pra matar as saudades e imitar minha amiga.

terça-feira, setembro 20, 2011

Um sonho e uma foto

Ela acordou com alguma coisa doendo, mas não sabia bem onde essa coisa ficava.
Teve um sonho em que queria muito vê-lo, mas ele nunca chegava.
Os dias passam muito rápido e não há tempo pra pensar.
Mas hoje ela achou uma foto perdida na carteira.
E quis um abraço.

domingo, setembro 11, 2011

Iguarias

Só precisou de alguns dias para achar que o conhecia há anos.
Era leve, era bom e eles eram comunistas.
Um prato dos raros.

sexta-feira, setembro 09, 2011

Psicologias vãs

Eu disse que isso me incomodava.
Que eu sofria muito, muito com isso.
Ela me olhou com cara de deboche e me perguntou quantas vezes eu pensava nisso por dia.
Algumas.
E quando você está fazendo outras coisas isso te atrapalha?
Não.
E então, essa dor é mesmo real?
É, né? Vou arrumar o que fazer. 

terça-feira, setembro 06, 2011

Escrever


Não tinha braços fortes para o trabalho, nem voz alta para as multidões
Não contava com grande genialidade nem com a espontaneidade de um artista
Tinha dedos e aprendera a escrever
Acreditava no que fazia e fazia com vontade
Escrevia. Dava para viver disso e morrer por isso
Era o pedacinho de si que dedicaria ao mundo

domingo, setembro 04, 2011

Tudo bem



~ Lulu Santos ~

Sem dom para professora...

Eu gostaria muito que você tivesse compreendido tudo que tentei te ensinar sobre o amor. Sobre como não valorizar as coisas erradas. Sobre o que eram as coisas erradas. Sobre como não perder alguém simplesmente por não fazer nada. Sobre a beleza da sinceridade.
 

Acho que vou morrer sem esse feito.

Mas tomara mesmo que eu esteja errada. 


quinta-feira, setembro 01, 2011

Uma ilha

Três dias perdida numa ilha podem ser o suficiente para você perceber que não entende muitas coisas, mas compreende outras tantas. Coisas sobre o mundo, a política e o coração.

A vida é assim, a gente vai morrendo e renascendo a cada instante. 
E essas duas coisas dependem intrinsecamente uma a outra... Dói, mas é o melhor que pode haver.

domingo, agosto 21, 2011

Poeminha

É muito difícil preencher um buraco no coração
Por mais que você tente,
é um buraco muito grande
Do tamanho de um violão
"Sempre tive medo das suas ideias,
Por que você precisa ser tão sincera..."


Alice/ Conspiração Internacional ~ Leoni

quarta-feira, agosto 17, 2011

Tudo sobre você...

"Queria descobrir
Em 24hs tudo que você adora
Tudo que te faz sorrir
E num fim de semana
Tudo que você mais ama
E no prazo de um mês
Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você
E até saber de cor
No fim desse semestre
O que mais te apetece
O que te cai melhor
Enfim eu saberia
365 noites bastariam
Pra me explicar por que
Como isso foi acontecer
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você
Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria"


~ Zélia Duncan ~



A música?

Parapapapa... thuruthu...

segunda-feira, agosto 15, 2011

Fazendo as contas

Eu poderia escrever um poema falando que o amor não é uma simples conta matemática, com um resultado exato, mas isso só faria sentido se eu tivesse tido alguma habilidade com matemática na vida. Na verdade não importa, porque de uma forma ou de outra eu nunca encontro o resultado e os poemas nunca fazem sentido.

segunda-feira, agosto 08, 2011

sexta-feira, agosto 05, 2011

Chuva
















Caiu a chuva
Com ela levou tudo o que pesava no corpo
Ficou uma sensação leve
De silêncio e expectativa do que há por vir
Parada, olhando pro céu, pensou ainda que sobrou um pouco de medo
Aquele medo normal, que sempre dá

terça-feira, julho 26, 2011

Mesmo que mude

"Ela vai mudar,
Vai gostar de coisas que ele nunca imaginou
Vai ficar feliz de ver que ele também mudou
Pelo jeito não descarta uma nova paixão
Mas espera que ele ligue a qualquer hora

Só pra conversar
E perguntar se é tarde pra ligar
Dizer que pensou nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que

É sempre amor, mesmo que acabe
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

Ele vai mudar,
Escolher um jeito novo de dizer "alô"
Vai ter medo de que um dia ela vá mudar
Que aprenda a esquecer sua velha paixão
Mas evita ir até o telefone

Para conversar
Pois é muito tarde pra ligar
Tem pensado nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que

É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

Para conversar
Nunca é muito tarde pra ligar
Ele pensa nela
Ela tem saudade

Mesmo sem ter esquecido que
É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou"



(Mesmo que Mude - Carlinhos Carneiro e Rodrigo Pilla)

segunda-feira, julho 25, 2011

Bug

O que ela sente?
Uma certa lacuna...
Algo como um erro no sistema.
Não quer pensar, mas quando pensa encontra o nada.
Sobre ele?
Sobre ela?
Sobre eles?
Apenas uma grande lacuna...
Medo de deixar o tempo sarar.
Certeza de que é isso que deve fazer.
Uma grande cratera
Onde já houve qualquer coisa inteira.

terça-feira, julho 19, 2011

Aspiração*

Hoje eu quero
um poema transparente,
semelhante à lágrima
que iludiu meus olhos desatentos.
Um poema capaz de coragem,
desses que podem ser ouvidos
na chuva, na greve, ao fim
da batalha perdida.

Um poema capaz de resistir
como o granito ao vento,
como o homem resiste
se o aço lhe alcança o ombro.

Um poema capaz de liberdade.
Capaz de falar nesta hora noturna
quando todos dormem, e o silêncio oficial
amordaçou as cantigas do meu povo.

(Pedro Tierra)

* Poema roubado das meditações noturnas do camarada Roque Ferreira no facebook

segunda-feira, julho 18, 2011

Eu só peço a Deus

Quem me conhece sabe que para mim há um grande problema nessa música, mas, ainda assim, eu me arrepiei todas as vezes que ela tocou durante a greve dos servidores públicos em 2011...

Se houvesse alguma coisa para eu pedir a Deus, seria que a injustiça nunca me fosse indiferente.

"Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria

Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente

Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda fome e inocência dessa gente

Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente"

Mercedes Sosa é de arrepiar, mas há que se dar o crédito, essa música é de Léon Gieco.

sábado, julho 16, 2011

Habana Blues

Tinha um significado especial, agora tem mais...

As músicas são lindas, para o filme não há palavras. Indico.




Arenas de Soledad

Sobre as coisas que ainda vêm à mente...

O mais difícil sempre é saber que sem você ele está muito mais feliz...

sexta-feira, julho 15, 2011

Sexta-feira

Escrevi isso há três anos, em uma sexta-feira. Dou de presente para vocês novamente...

Hei, você! Espreguice-se agora! Aposto que você está todo encurvado em frente ao computador e nem tinha percebido. Vá ali ao lado e respire com a cara pra fora da janela. Acelere um pouco o carro hoje, não exagere, mas faça seu corpo produzir um pouquinho de adrenalina. Dê uma cantada em alguém que você sempre quis e nunca teve coragem. Faça isso, só pra variar. Se você for do tipo que bebe, peça um suco de laranja na noite dessa linda sexta-feira – só pra ver qual é a pira; se você não bebe, peça uma tequila. Gire a cabeça. Mesmo se estiver sóbrio, gire a cabeça. Dance. Pelado em frente ao espelho, juntinho ou em uma roda. Gingue capoeira! Lembra aquela música que você ouviu até enjoar e não escuta há séculos? Escute hoje. Bem alto! Beije sem compromisso alguém que você tenha vontade de beijar. Firme compromisso se quiser. Gargalhe. Grite. Gire. Ame. Coma. Faça sexo. Ore. Cante. Corra. Chore. Durma. Escreva. Viva.

Bom final de semana!!!

“Quando o homem inventou a roda, logo Deus inventou o freio.
Um dia um feio inventou a moda, e toda a roda amou o feio".

sábado, julho 09, 2011

Cada pedacinho da minha vida
Cada objeto, cada palavra
As que eu falar e as que eu não tiver para quem falar
Todas essas coisas vão tornar ainda mais difíceis os próximos dias, semanas, meses, sei lá...
É um não querer acreditar
É raiva, tristeza, é a confirmação de algo que sabíamos desde sempre
Também é compreensão
Mas acima de tudo é saudade, do que a gente fez, do que deixamos de fazer, do que nunca mais faremos.
Por quê?

domingo, julho 03, 2011

Sobre todas essas coisas que a gente se pergunta

Às vezes ela tem a nítida sensação de que quer estar ali muito mais do que ele gostaria. Mas dá muito trabalho admitir essas coisas. Já foi diferente.

quarta-feira, junho 29, 2011

Fiz anos

Agora... eu tenho 23 anos de sonho, de sangue e de América do Sul.

Anyone Else But You

Sobre a solidão...


Quando ela bate, bate forte. Vai entrando sem perguntar se pode, não ouve argumentos e é teimosa feito uma mula. Não escuta nem se muitas pessoas pedirem para ela ir embora. Acontece sempre com as pessoas secundigênitas. Foi a minha psicóloga que disse. E ela jura que essa palavra existe.

terça-feira, maio 31, 2011

...

Ele é daquelas pessoas que entram na nossa vida e nos fazem passar o resto do tempo que ainda teremos entre a vontade de beijá-lo e socá-lo. Já faz alguns anos, mas ultimamente tem sido mais frequente...

quarta-feira, maio 25, 2011

Muitos, é o que somos

Às vezes nos perguntamos se escolheríamos ser quem somos e acreditar no que acreditamos se tivessem nos dado a oportunidade de optar. Às vezes dói, cansa, física e emocionalmente. É difícil ter consciência do mundo como ele é. Isso nos dá uma responsabilidade imensa que pesa nas costas, nas pálpebras... Às vezes temos que calar coisas que gostaríamos de falar, mas mais comum ainda é termos que falar coisas que não gostaríamos nem de saber.
Nossa vida é um dilema entre a vontade de correr e de ficar. Nós choramos e sorrimos, algumas vezes aos berros, outras em silêncio, depois que todos já se foram.
Nós sabemos quase tudo o que é certo e errado. Às vezes temos dúvidas. Na verdade temos dúvidas todos os dias, mas, juntos, quase sempre optamos pela coisa certa. Juntos, impedimo-nos de desistir, animamo-nos uns aos outros.
É preciso resistir, em todos os sentidos que essa palavra pode ter. Algumas vezes uma piada é mais do que suficiente para nos ajudar nisso, em outras oportunidades são necessárias quatro horas de reuniões ininterruptas. Entre nós há jovens e velhos. Os jovens são a esperança de que a luta não morrerá, os velhos são a segurança de que nunca nos arrependeremos.
Apenas coletivamente somos alguém. Foi isso que aprendemos e é isso que sentimos.
Nós viemos juntos até aqui e não vamos desistir agora.

quarta-feira, abril 27, 2011

Seu mundo é moderno?

Nunca tínhamos ido àquele restaurante. Fazia uma bonita noite de outono e tomávamos cerveja. Então o vi se aproximando pela calçada. Nossa mesa ficava tão perto da rua que eu conseguiria tê-lo tocado. Tive vontade de ajudar, mais tarde lembrei que poderia ter oferecido ao menos uma água. Era um homem puxando uma carroça carregada de papelões (deve ter sido um dia “bom”, pois a pilha de materiais chegava a uns dois metros e meio). Um homem cansado, suando, com cara de dor. Às 21h30 de uma terça-feira. Como é possível que esse tipo de imagem torne-se normal no cenário do nosso dia-a-dia? Vira papel de parede, no início choca, depois nem a notamos mais. Conheci um loteamento onde a maior parte dos moradores vivia de recolher lixo reciclável. Esse lugar é longe do Centro, muito mais longe se considerarmos que eles fazem esse caminho a pé, diariamente, puxando uma carroça. Perguntei-me se era para lá que ele estava indo. Perguntei-me quantos filhos ele teria e para quanto tempo daria o dinheiro da venda daquilo. Ainda vivemos na Idade Média, e há os que defendem que é muito sofrimento para os cavalos fazer esse serviço.     

domingo, abril 17, 2011

Como naquela música do Engenheiros, às vezes a gente é o que dá para fazer. Só o que dá para fazer. Mas como não se martirizar até o fim dos tempos por isso? 

segunda-feira, abril 04, 2011

O perfume

Abri a janela de madrugada e senti um perfume bom, como se alguma pessoa tivesse passado ali naquele momento. Isso não é uma metáfora e foi uma coisa estranha, porque eu moro no quarto andar de um prédio pouco habitado. Então fiquei pensando se alguém, essa noite, saiu tão cheiroso que perfumou o ar da cidade toda.

sábado, abril 02, 2011

Mudanças

Então, de repente, ela cortou os cabelos, pintou as unhas de vermelho e mudou de emprego. Isso acontecia às vezes.  

terça-feira, março 22, 2011

Debaixo d´água

"Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água se formando como um feto
Sereno, confortável, amado, completo
Sem chão, sem teto, sem contato com o ar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia
Debaixo d'água por encanto sem sorriso e sem pranto
Sem lamento e sem saber o quanto
Esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água ficaria para sempre, ficaria contente
Longe de toda gente, para sempre no fundo do mar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
todo dia
Todo dia, todo dia
Debaixo d'água, protegido, salvo, fora de perigo
Aliviado, sem perdão e sem pecado
Sem fome, sem frio, sem medo, sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Agora que agora é nunca
Agora posso recuar
Agora sinto minha tumba
Agora o peito a retumbar
Agora a última resposta
Agora quartos de hospitais
Agora abrem uma porta
Agora não se chora mais
Agora a chuva evapora
Agora ainda não choveu
Agora tenho mais memória
Agora tenho o que foi meu
Agora passa a paisagem
Agora não me despedi
Agora compro uma passagem
Agora ainda estou aqui
Agora sinto muita sede
Agora já é madrugada
Agora diante da parede
Agora falta uma palavra
Agora o vento no cabelo
Agora toda minha roupa
Agora volta pro novelo
Agora a língua em minha boca
Agora meu avô já vive
Agora meu filho nasceu
Agora o filho que não tive
Agora a criança sou eu
Agora sinto um gosto doce
Agora vejo a cor azul
Agora a mão de quem me trouxe
Agora é só meu corpo nu
Agora eu nasco lá de fora
Agora minha mãe é o ar
Agora eu vivo na barriga
Agora eu brigo pra voltar
Agora
Agora
Agora"


~Arnaldo Antunes ~

segunda-feira, março 21, 2011

Navegar

Ninguém nunca entenderá o que se passa na cabeça dela. Há coisas que uma mulher pode decidir fazer, coisas racionais, mas que o coração se negará a obedecer.

Todos os dias são longos. As noites são mais... A distância vai crescendo, cada vez eles estão mais longe de onde queriam chegar. Ela espera que a tempestade passe, mas no fundo sente medo de que isso nunca aconteça. Não nesse mar, não nesse mundo, não enquanto ela ainda navegar.

sábado, março 19, 2011

quarta-feira, março 09, 2011

Sobre outro tipo de sonho

Passou um ano sonhando muito. Acordava cansada de tanta atividade mental. Então ela lhe pediu que anotasse os sonhos e os relatasse depois. Agora não consegue mais lembrar. É como tentar alcançar o arco-íris, que se afasta na mesma velocidade em que você corre.

sexta-feira, março 04, 2011

Sobre os sonhos

Ontem eu conheci uma senhora com o nome da minha mãe. Ela chegou um pouco atrasada e parecia bastante disposta a falar. Fiquei observando de longe ela contar sobre o filho com Síndrome de Down. Ela era uma mulher muito simples, mas muito bem informada, contava sobre alguns dos obstáculos que já teve que enfrentar para conquistar o mínimo de assistência e respeito para o menino. Pensei em como ela era quando jovem, nos sonhos que teve e perdeu, e nos novos sonhos que a vida deu a ela. Perguntei-me se ela seria tão braba se as coisas não tivessem sido tão duras.
Esse é o momento em que é preciso ser forte
Mais que a Madre
Mais que em um tempo
Em que você se importava com isso
Esse é o momento de engolir o choro
Colocar em prática as longas aulas de solidão
Do tempo em que você era realmente sozinho
É hora de esperar a tempestade passar
E desejar que um dia ela passe mesmo

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Um post sobre política

Estava conversando com uma amiga esses dias sobre isso, é incrível como eu não gosto de escrever sobre política nos meus textos mais pessoais. Talvez seja porque eu passo o dia inteiro escrevendo sobre política, ou porque a minha vida inteira cheire a política. Não sei. Só sei que tudo isso é muito chato e que quando eu chego em casa só quero saber de um copo de Nescau, cruzadinhas e poesias.

O primeiro diário

Essa semana achei um diário antigo em que escrevi entre os anos de 2002 e 2006. Contei isso para muita gente, pois fiquei impressionada com as histórias hilariantes e tristes que achei lá. Eu ainda me lembrava da existência daquele caderno, mas, não sei por que, há muito tempo não quis mais abri-lo. Eu achava que havia registros tristes lá que mereciam ser esquecidos; era verdade, mas não me arrependi de tê-lo lido. Eu realmente consegui apagar da memória muitas coisas, passei inclusive a me assustar com a importância que minha irmã, dois anos mais velha, dava a alguns acontecimentos da nossa adolescência. Só agora compreendo. É sempre bom ser uma adulta e conseguir analisar os absurdos que te fizeram quando você só tinha 14 anos.

“Pais, causando traumas desde os tempos da caverna”.


Ps. Eu tinha milhares de erros de português a mais que hoje, mas já escrevia feito uma desesperada. Acho que aquele foi o meu primeiro incentivo às letras.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Justificativas

Há tempos que não tenho escrito. Melhor... há tempos que não tenho escrito nada que eu realmente goste. Com as obrigações de leitura e redação da monografia, perdi muito minha sensibilidade para temas que pudessem se transformar em bons textos. Por seis meses minhas palavras avoadas foram deletadas rigidamente. Depois disso não tive mais muito tempo para pensar.

Consolei-me na leitura. Sempre me lembro de um filme sobre Sartre em que alguém disse para ele que é burrice escrever mais do que se lê. Quando as porteiras da prisão intelectual que é a faculdade se abriram, caí de boca na literatura, principalmente a latino-americana, minha paixão.

Agora, após as férias e um pouco de descanso, a inspiração voltou a aparecer às vezes. Mas já não tenho a mesma disciplina de sentar e escrever no momento em que me vem a ideia, aí ela foge. Na hora em que as coisas acontecem, tenho mais vontade de vivê-las do que de registrá-las.

Há dois dias li uma coisa que, ao que parece, vai me marcar. Parece um pouco com isso, mas se a relação não ficar muito clara, vale a leitura:

“Quando me separei de Graziela deixei a casa em Montevidéu intacta. Ficaram os caracóis de Cuba e as espadas da China, os tapetes da Guatemala, os discos e os livros e tudo. Levar alguma coisa teria sido um roubo. Tudo isso era dela, tempo compartido, tempo que agradeço; e me larguei no caminho, rumo ao não sabido, limpo e sem carga.

A memória me guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.

Febre de meus adentros: as cidades e as gentes, soltas da memória, navegam para mim: terra onde nasci, filhos que fiz, homens e mulheres que me aumentaram a alma.”

Eduardo Galeano ~ Dias e noites de amor e de guerra*

*Obrigada ao Evrandos pelo bonito presente

quarta-feira, janeiro 05, 2011

2010

Fim da faculdade. Uma grande briga inútil, só pra não dar o gostinho de sair sem incomodar. Uma nota expressiva, pra poder me gabar pra vida inteira. Um carro cedido e o aprendizado do volante. Muito trabalho, algumas conquistas, uma grande derrota e algumas desilusões. Um novo quarto, depois uma casa nova. Móveis novos. Um bar ruim. Uma pessoa que caiu do céu e sem a qual eu não teria chegado nem ao final do primeiro mês. Isso foi 2010.

O monstro

Chorou de soluçar, com raiva de si mesma. Como conseguia ser tão estúpida às vezes? Um mostro que não mede o que sai da boca. Poucas pessoas já haviam lhe visto assim, só as que menos mereciam.