quarta-feira, abril 27, 2011

Seu mundo é moderno?

Nunca tínhamos ido àquele restaurante. Fazia uma bonita noite de outono e tomávamos cerveja. Então o vi se aproximando pela calçada. Nossa mesa ficava tão perto da rua que eu conseguiria tê-lo tocado. Tive vontade de ajudar, mais tarde lembrei que poderia ter oferecido ao menos uma água. Era um homem puxando uma carroça carregada de papelões (deve ter sido um dia “bom”, pois a pilha de materiais chegava a uns dois metros e meio). Um homem cansado, suando, com cara de dor. Às 21h30 de uma terça-feira. Como é possível que esse tipo de imagem torne-se normal no cenário do nosso dia-a-dia? Vira papel de parede, no início choca, depois nem a notamos mais. Conheci um loteamento onde a maior parte dos moradores vivia de recolher lixo reciclável. Esse lugar é longe do Centro, muito mais longe se considerarmos que eles fazem esse caminho a pé, diariamente, puxando uma carroça. Perguntei-me se era para lá que ele estava indo. Perguntei-me quantos filhos ele teria e para quanto tempo daria o dinheiro da venda daquilo. Ainda vivemos na Idade Média, e há os que defendem que é muito sofrimento para os cavalos fazer esse serviço.     

domingo, abril 17, 2011

Como naquela música do Engenheiros, às vezes a gente é o que dá para fazer. Só o que dá para fazer. Mas como não se martirizar até o fim dos tempos por isso? 

segunda-feira, abril 04, 2011

O perfume

Abri a janela de madrugada e senti um perfume bom, como se alguma pessoa tivesse passado ali naquele momento. Isso não é uma metáfora e foi uma coisa estranha, porque eu moro no quarto andar de um prédio pouco habitado. Então fiquei pensando se alguém, essa noite, saiu tão cheiroso que perfumou o ar da cidade toda.

sábado, abril 02, 2011

Mudanças

Então, de repente, ela cortou os cabelos, pintou as unhas de vermelho e mudou de emprego. Isso acontecia às vezes.